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segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Obviedades...

"Sessenta por cento de todos os problemas administrativos resultam de ineficiência na comunicação" (Peter Drucker, um dos "papas" da administração de empresas).

Detalhe: ele deve estar tomando como referência para essa afirmação os EUA e demais países desenvolvidos... Imagina se fôssemos considerar a realidade das empresas brasileiras...

Outra:

"Para felicidade dos advogados, estima-se que as empresas americanas gastem anualmente 300 bilhões de dólares - o PIB da Argentina - em litígios envolvendo danos ao meio ambiente, processos contra produtos, acidentes de trabalho, erros médicos e casos de incapacitação física. (...) Nenhum dos números acima computa a retração de vendas, por causa da publicidade negativa e futura, pela perda da lealdade dos clientes; as perdas com a queda das ações nas bolsas; os gastos com a administração das crises; (...) o desgaste da imagem. (...) Se computasse [se tudo isso fosse computado], certamente estaríamos falando em algo na casa dos trilhões de dólares, um sétimo do PIB americano". (Roberto de Castro Neves, no livro Imagem Empresarial, Editora Mauad, 1998).

Pergunta que não quer calar: se organizações, entidades em geral e mesmo algumas pessoas físicas "públicas" investissem melhor em comunicação, os escritórios de advocacia ganhariam tanto dinheiro assim?

Ou talvez: se tivessem um programa de contingências, detecção e administração de riscos (considerando a natureza da sua operação e a teia de relacionamento com os seus públicos de interesse); ética e responsabilidade social e ambiental; governança; e prevenção e gerenciamento de crises, elas não ficariam bem menos vulneráveis a prejuízos e desgastes no Tribunal da Opinião Pública?

Hoje estamos muito mais expostos aos "olhares públicos", às atenções da mídia tradicional e das novas mídias digitais onipresentes - todo mundo tem um celular com câmera, um MP3 que grava conversas... Não adianta querer esconder os "esqueletos no armário", empurrar a sujeira pra debaixo do tapete... Os "podres", se existirem, serão descobertos mais cedo ou mais tarde.

Por isso que a tal da "transparência na comunicação" e na própria condução dos negócios não é uma virtude, e sim uma necessidade (além, é claro, de uma postura ética). Mesmo que "não queiram se expor", as organizações vão ser cada vez mais cobradas pela mídia e pela sociedade quanto à maneira com que se comportam e conduzem os seus negócios. Nenhuma novidade - há vários livros e textos interessantes sobre isso tudo. Mas às vezes é bom lembrar o óbvio.

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