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sábado, 16 de fevereiro de 2008

Fofoca (última parte)

Vou concluir a exploração do tema "fofoca" baseado num ótimo artigo que saiu na Revista Vida Simples (edição 63, de fevereiro, página 48). Educador e escritor, Eugenio Mussak (www.eugeniomussak.com.br) escreve a matéria "Todos somos fofoqueiros" a partir de uma pergunta enviada por uma leitora à revista: "Por que muitas vezes não conseguimos guardar um segredo? O que levas as pessoas a serem fofoqueiras?".

Em um trecho do artigo, Eugenio diz que "O grande mal da fofoca é a parcialidade da interpretação de quem a faz. Comentar algo sobre a vida de alguém é uma coisa, emitir juízo de valor sobre a mesma é outra. Dizer que o chefe do escritório está trabalhando demais e tem apresentado sinais de estresse é uma coisa; mas insinuar que ele fica no escritório porque, provavelmente, está brigado com a mulher e ainda por cima desconta em cima dos funcionários é outra totalmente diferente".

E continua: "Aliás, ambientes de trabalho são um caldo de cultura ideal para o crescimento da fofoca. Nesse caso, fofoca é como estresse: não dá para evitar, mas dá para administrar. As empresas modernas estão muito interessadas em gerar bom clima organizacional, o que equivale a ter um ambiente de trabalho saudável, em que as pessoas convivem em harmonia, colaborando umas com as outras. O coleguismo ultrapassa a relação profissional, ainda que não se transforme necessariamente em amizade. Há discordâncias, mas também há respeito. Nesse tipo de ambiente, se tiver fofoca, não será destrutiva. Mas quando as funções se sobrepõem, e o que deveria ser colaboração se transforma em competição, é quase inevitável que a fofoca venha na garupa dos cavaleiros do apocalipse corporativo".

Mais pra frente, ele diz que "Há fofocas que parecem brisas, servem até para refrescar um ambiente tenso, funcionam como um momento curioso, engraçado, e até ajudam a relaxar. Mas aquelas que parecem um furacão do Caribe, abalam as estruturas das relações, prejudicam carreiras, acabam com amizades". E termina nos alertando: "Cuidado com a fofoca. A filosofia do "falem mal, mas falem de mim" cobra seu pedágio. É melhor ser referência de fatos construtivos, ainda que ninguém esteja livre de uma intrigazinha, especialmente quando o sucesso de alguém funciona como ofensa a outro (...)".

Bem, acho que já "falei" bastante de fofocas e dei sorte de encontrar boas matérias sobre o assunto em revistas que saíram neste mês de fevereiro e de entrevistar um especialista na área de comunicação organizacional. E tudo começou por causa de uma conversa com um amigo que falou que a empresa dele estava virando um verdadeiro "barril de pólvora" por conta da fofocagem e do climão reinante.

Acho, pela minha experiência, que o problema pode estar relacionado a diversos fatores, como formação de "panelinhas"; jogos de intrigas (crocodilagens motivadas por competição exacerbada, ambição desvairada e até mesmo por "inveja" do outro); falta de critérios justos e transparentes nos processos de promoção e valorização das pessoas; incapacidade dos gestores de gerar uma cultura de troca de informações, de confiança, de camaradagem, de colaboração, de diálogo e de respeito dentro da empresa.

E o tema foi objeto de vários posts nesse blog porque acredito mesmo que a comunicação empresarial possa desempenhar um papel importante tanto para diagnosticar quanto para ajudar a prevenir, a combater e a administrar o problema, em conjunto, é claro, com as lideranças, a administração e o RH. Antes que a empresa se transforme num "barril de pólvora", como disse o meu amigo...

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