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terça-feira, 19 de agosto de 2008

Blogueiro não deve querer ser Deus

Kátia Arima, da INFO
Segunda-feira, 18 de agosto de 2008 - 13h36

SÃO PAULO – Os blogueiros não devem se preocupar em construir um império para disputar com os gigantes da comunicação.

Essa é a opinião do publicitário Wagner Martins (conhecido também pelo apelido de Mr. Manson), sócio da agência Espalhe Marketing de Guerrilha e criador do site Cocadaboa , que se apresentou no Seminário INFO de Redes Sociais, realizado na segunda-feira (18).

Martins fez uma analogia da blogosfera com a torre de Babel. “Um povo cheio de cultura se descobriu poderoso e decidiu construir uma torre para se igualar a Deus, mas cada grupo falava uma língua diferente”, ilustrou. Na opinião de Martins, o cenário é de descentralização, em que muitos escrevem para poucos.

Para conquistar a blogosfera e utilizá-la como mídia, as empresas devem fornecer conteúdo de relevância para os blogueiros, acredita Martins. “Se você oferecer dinheiro para um blogueiro publicar algo sobre sua empresa, estará forçando uma conversa que ninguém quer ter”, diz. “Encare sua empresa como um fornecedor de conteúdo, comporte-se como sempre tivesse que fazer um show”, recomenda.

Para ter um conteúdo relevante, é preciso oferecer um bom conteúdo e um bom relacionamento com o leitor, segundo Martins. Enquanto a mídia tradicional oferece um conteúdo de qualidade, não consegue ter um bom relacionamento como os blogueiros profissionais. “É preciso repensar e expandir o conceito de RP.

Não basta falar com celebridades, imprensa, clientes, é preciso gerar assunto, conversar e convencer as pessoas”, disse.

Blogueiros e “dinossauros”

A imprensa tradicional (que Martins chama de forma bem humorada de “dinossauros”) e a blogosfera podem viver em harmonia, na opinião do publicitário. “Não adianta tentar diminuir a mídia de massa, que nos une como sociedade”, disse.

Por outro lado, Martins observa que a mídia de massa comunica, mas não mobiliza ou convence como a blogosfera, que atinge nichos. “Sites de nicho não são aqueles que interessam a poucas pessoas, é uma toca de coelho onde eu posso ir fundo no assunto”, compara. Por isso, Martins acha que o nicho deve alimentar a mídia tradicional com assuntos, para que esses assuntos possam chegar à grande audiência.

Martins contraria a idéia de que não há blogs bons na mídia tradicional. “Juca Kfouri, Paulo Henrique Amorin e Marcos Mion estão entre os maiores blogueiros do Brasil”, disse. “Eles entenderam a descentralização e perceberam que podem falar diretamente ao público, sem passar por um editor.
PS: assisti essa palestra ontem, em SP, e pretendo arrumar um tempo pra comentá-la aqui, mais tarde

Um comentário:

Leonardo Pessanha disse...

Foi ótima essa palestra! E, apesar de ser a palavra da moda, relevância é, de fato, o que faz a diferença dos blogs...
Para quem escrevemos? O que escrevemos? Como? Com pertinência ao espaço, à linguagem própria de conversa do blog? Eu sou mestre em posts longos, inadequados...
Mas há uma outra coisa sobre a qual eu queria balangar: é tudo ao mesmo tempo agora... Creio que vai haver milhões ou bilhões de novos produtores de conteúdo (blogueiros) escrevendo para poucas pessoas, mas também, em alguns casos, para milhares ou milhões de pessoas. Haverá espaço também para as Madonnas da Blogosfera, as celebridades blogueiras. Eu acho. Cultura de massa virtual convivendo numa boa com o resto da cauda longa (mídias de nicho ou de nichinhos) e também com os "dinossauros", ou seja, com os representantes da espécie off-line (sobreviventes). Blogs hits com blogs lidos por três ou quatro pessoas (tipo o meu), mais rádio, TV aberta, IPTV e o escambau.