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sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Geração sem ídolos, cauda longa, tudo ao mesmo tempo agora...



Muito legal a matéria de capa do Segundo Caderno de O Globo de hoje ("Geração sem ídolos"), assinada por Antônio Carlos Miguel. E tem tudo a ver com algumas questões levantadas neste blog nesses poucos meses de vida. A reportagem fala da indústria da música nesses tempos de internet onipresente e de "multissegmentação".

Seguem alguns trechos: "(...) Talvez seja uma característica dos novos tempos. Será que com a internet, com a pulverização ou com a maior democratização dos meios de comunicação não vai existir mais lugar para sucessos hegemônicos ou obras influentes?".

Em outro trecho da matéria, fala um executivo da EMI Music: "Nada contra o nicho, a cauda longa, o macro no micro, os novos dragões da independência. Ninguém tem mais a chave da porta, e existem várias por abrir. O consumidor quer portabilidade, e quem produz música não sabe por onde ir, com tantas opções e roteiros possíveis".

Comentários: essa crise não é exclusiva da indústria do disco ou do tipo de marketing que sempre a acompanhou. Está relacionada às novas formas como as pessoas se relacionam com o mundo, com os artistas, com a música, com o que se chama de "arte" em geral, com as coisas que desejam ter, adquirir, consumir...


É uma realidade ainda em desconstrução e reconstrução... No caso da música, há bons exemplos de estratégias bem sucedidas de "marketing 2.0", casos do Radiohead e de Tom Zé. Não faz um ano que fui a um show do Franz Ferdinand na Fundição Progresso, e o mesmo grupo (da nova geração?) tocará em breve no Brasil, no Morumbi. Para um público bem maior, é claro.

É complicado falar em "geração sem ídolos" quando não podemos falar de uma geração 2010... Creio que temos várias gerações difusas e multifacetadas que não chegam a caracterizar uma geração dessa primeira década do século 21.


Temos jovens de 23 anos baixando todas as músicas do Bob Dylan e do Caetano, e jovens de trinta e poucos ou quarenta, como eu, loucos para ver de novo o Franz Ferdinand ou um show da Amy Winehouse. Sendo bom o artista, a experiência única dos shows vai sempre existir e sobreviverá à "virtualização" dos relacionamentos e mercados...

Como diziam os Titãs, é tudo ao mesmo tempo agora...


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