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domingo, 10 de agosto de 2008

USA X China

As primeiras Olimpíadas deste século foram realizadas em Atenas, berço dos jogos olímpicos. Uma escolha simbólica, mas que também levou em conta a capacidade de organização da capital grega e a infra-estrutura local.
Ok. Agora as Olimpíadas acontecem na China, o que talvez tenha algum significado que transceda a mera capacidade do carro-chefe dos Brics (grupo formado por Brasil, China, Índia e Rússia) de sediar um evento deste porte. O Rio de Janeiro, coitado, limado duas vezes ainda na fase pré-classificatória, ainda continua tentando a façanha. Não vejo a menor chance pra nossa candidatura nos próximos 20 anos, mas não é sobre isso que quero falar agora.
Quero falar sobre a rivalidade que desponta neste século XXI entre China, provável nova super potência, e Estados Unidos, império para muitos em franca decadência (tenho lá minhas dúvidas sobre isso, mas deixa pra lá). Uma rivalidade que acabou se tornando o maior apelo desses jogos olímpicos. Fica todo mundo se perguntando se será dessa vez que os Estados Unidos serão finalmente ultrapassados por um outro país no quadro de medalhas, o que poderia ter um significado para além do mundo dos esportes.
Nos anos 50, 60 e 70 do século XX, viveu-se a Guerra Fria entre EUA e URSS, com uma falsa idéia de bipolarização política e ideológica mundial. Não sei se viveremos nos próximos anos uma guerra fria pós-moderna entre EUA e China, com cada qual querendo mostrar para o mundo que tem mais cacife, armas nucleares e cartas na manga do que o outro. A percepção de quem, afinal, dará as cartas dependerá não só das demonstrações de força militar, mas, principalmente, das ações de relações públicas internacionais das duas potências.
Que imagem os chineses desejam passam para o mundo? No filme Batman, em cartaz, se você reparar bem, vai ver que a imagem que os americanos tentam passam dos chineses não é das melhores. No filme, eles aparecem como vendedores de armas que não funcionam e como centros de acumulação do dinheiro sujo das máfias. No inconsciente coletivo, o novo Batman talvez represente a necessidade americana de mudar a imagem de seu país e de sua sociedade perante o mundo. A propósito, a candidatura de Obama também se apóia nesse desejo de grande parte dos norte-americanos de que a América recupere a sua vocação para o "bem" e para a "democracia"...
Hoje vi um jogo de basquete entre EUA e China (cara, existem chineses com mais de dois metros e alguma coisa!) e não consegui torcer pra nenhum dos dois, sinceramente. A única coisa que me interessa nessas Olimpíadas "preguiça" é o sucesso dos nossos ginastas, que estão aí por um milgre, considerando a nossa estrutura educacional e esportiva, além da atuação do Thiago Silva, zagueiro do Fluminense, na seleção de futebol masculino.
Aliás, bem que o Fluminense poderia contratar a Marta, da seleção feminina, para jogar no lugar do Washington...

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