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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Fofocas (parte 3)

O problema de começar a blogar é que a coisa é tão apaixonante que você sente que "algo" está faltando quando você fica um dia sem postar uma daquelas idéias que ficam o tempo todo sobrevoando a sua cabeça...

São dez horas da noite, tenho um milhão de coisas pra fazer ainda, mas não posso deixar de dar sequência, por exemplo, ao "estudo" das fofocas - das motivações que existem por detrás delas, das consequências na vida das pessoas e, principalmente, na vida (e na reputação) das empresas.

Daí que parei um pouquinho o trabalho (um texto que tenho de fazer pra ontem) pra voltar a mexer nesse assunto. E vou fazê-lo com base naquela reportagem de que já havia falado que saiu na revista Criativa deste mês (e amanhã, se der tempo, e tem de dar, vou comentar a outra matéria, que saiu da Vida Simples).

Assinada por Tiago Cordeiro, a matéria da Criativa (pág. 88) pergunta no subtítulo: "Afinal, por que gostamos tanto de acompanhar as pequenas desgraças alheias? Novos livros, estudos e um seriado de TV mostram como a fofoca se intensificou com a popularização da internet e com a enxurrada de (más) notícias dadas em tempo real".

A matéria, muito legal e com uma grande foto da Preta Gil com as pernas pra cima levando um "caixote" na praia, fala das celebridades que vivem sendo expostas (e muitas vezes ridicularizadas) tanto pela mídia tradicional como, agora, pelas novas mídias digitais - vide caso Cicarelli no Youtube etc.

Além de citar algumas explicações dadas pela Psicologia para o comportamento fofoqueiro da espécie humana, o jornalista lembra do sucesso feito pela série americana "Gossip Girl", em que a narradora é uma blogueira que comenta a vida de jovens da alta sociedade nova-iorquina. Etc.

A idéia aqui, pelo menos desta vez, não é falar das celebridades que alimentam a indústria do entretenimento e que são objetos da perseguição de papparazzis e da curiosidade (obsessiva) de grande parcela das pessoas.

Em um mundo cercado por todos os lados de câmeras de monitoramento das ruas, esquinas, prédios e elevadores; câmeras fotográficas digitais; celulares com câmeras fotográficas e internet, gravadores em MP3 etc, todo mundo (por mais "anônimo" que seja) se tornou, ao mesmo tempo, um "papparazzi" em potencial e uma vítima "eventual" da tecnologia da informação.

Em poucos segundos, "fofocas", boatos ou comentários depreciativos, capazes de abalar reputações tanto de "pessoas físicas" quanto de "pessoas "jurídicas", se espalham e se propagam nos blogs, sites, comunidades de relacionamento e ouvidos das pessoas. Reputações construídas ao longo de anos podem ser derrubadas que nem castelos de areia em meio a tempestades.

Como diz a matéria da Criativa, "a fofoca se intensificou com a popularização da internet e com a enxurrada de (más) notícias dadas em tempo real". O que pode ser considerado "privado" nessa nova realidade da informação "instantânea" e "onipresente" (uma coisa meio Big Brother mesmo)? Por exemplo, o uso indevido do cartão corporativo (pago por nós) por parte de uma autoridade? É assunto privado?

As pessoas e instituições que zelam por sua imagem e reputação devem pensar com carinho nessa redefinição dos "espaços privados e públicos", porque uma derrapada ética, um amasso caliente dado dentro do mar ou um "esqueleto" que estava quietinho no armário, aparentemente livre de qualquer ameaça de exposição pública, podem, de uma hora pra outra, serem "flagrados" e se tornar o motivo de uma grande fofoca a correr o mundo.

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