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terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Cuba e os sonhos de cada um...

No post anterior, termino falando que, quem sabe, ainda não vou parar na Alemanha ou Canadá por conta do meu blog... Brincadeiras à parte, tenho muita vontade mesmo de, nos próximos anos, fazer uma Pós na área de Comunicação Empresarial ou Relações Públicas ou Marketing Digital nestes países. Estive em novembro passado em Munique e fiquei encantado com a cidade. E o Canadá é outro país pelo qual também tenho grande simpatia. Enfim, trata-se de um dos meus "projetos" atuais. Preciso é melhorar bastante a fluência do meu inglês e aprender alemão. Só...

Mas, voltando "um pouco" no tempo, meus projetos, ao entrar na Faculdade de Jornalismo, eram outros. Voltando mais a fita: como grande parte dos jovens, eu não sabia bem que curso superior deveria fazer, e acabei fazendo vestibular primeiro pra História. Passei e fiz uns cinco períodos na Uerj. Eu gostava muito de história (adorava a História do Brasil de Juscelino até Sarney), mas logo percebi que, dados os meus jornais criados espontaneamente na graduação, minha ânsia de informação e de conhecimento, minha curiosidade e, sobretudo, tesão por escrever, acabei largando tudo e fazendo novo vestibular: desta vez para Jornalismo.

Passei de novo e senti logo que "aquela" era a minha praia mesmo. Mas, quando eu pensava no futuro, ficava um tanto quanto "angustiado". Como é que vou trabalhar nesses "grandes" veículos de comunicação, que só fazem defender os "interesses da classe dominante" e legitimar a "ideologia burguesa"? Sempre me identifiquei mais com os professores "de esquerda". Minha visão de mundo foi moldada por obras como "Morte e Vida Severina" (genial), "Grande Sertão: Veredas" (genial), "Vidas Secas" (genial)... Eu achava que o fato de ter nascido em maio de 1968 não era por acaso, e que eu, que não era "alienado", tinha uma "missão revolucionária" que deveria ser realizada por meio do Jornalismo...

Numa conversa com um dos professores da faculdade, à época, ele me disse: "você deveria trabalhar em Cuba". E eu concordei com aquilo... O Jornalismo tinha de ter um sentido e uma áurea transformadora da realidade, e não ser monopolizado por meia dúzia de famílias que, no Brasil, ditavam o que deveria ser noticiado e investigado e como, com que viés... Uma alternativa que me consolava era a possibilidade de um grande número de jornalistas comprometidos com as reformas socialistas tomar conta das grandes redações. E aí, mesmo que não fosse com a Revolução, as mudanças viriam...

Lendo os jornais e as matérias de capa da Veja e da Época deste último fim de semana sobre Cuba (Fidel se afastando do centro do comando), comecei a pensar nessa coisa de eu ter sonhado, um dia, em trabalhar na ilha onde "muito provavelmente" o Jornalismo estaria a serviço do "povo" e não das "elites"... Pois é, isso tudo foi há mais ou menos vinte anos, um pouquinho antes da "queda do Muro de Berlim". O mundo deu muitas e muitas voltas, e, junto com o muro, muita coisa ruiu. Pro bem e pro mal, como tudo, desde sempre. Por isso é que, fustigado inconscientemente com todos esses acontecimentos recentes em Cuba, comecei a escrever aqui sobre os sonhos de cada um. E vejo que muito daquele garoto ainda sobrevive em mim e sempre sobreviverá. Seja aqui, no Canadá ou na Alemanha...

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