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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

"Obrigado, Van Gogh!"

Estava vasculhando a "blogosfera", em busca de alguns blogs relacionados à Comunicação Empresarial, até que, em um deles (é claro que não vou me lembra qual agora), li um comentário positivo sobre um livro novo da área, com um título curioso: "Obrigado, Van Gogh!", de Carlos Parente (Editora Peirópolis), "uma visão leve e divertida do mundo corporativo sob a ótica da comunicação empresarial".

Comprovando o poder de "buzz marketing" dos blogs, li a opinião do blogueiro a respeito do lançamento, me interessei pelo livro e fui logo no Buscapé para fazer uma busca e saber aonde poderia comprá-lo por um preço melhor. Acabei encomendando-o no portal da Fnac, que, fora os preços bons, costuma entregar os livros ou no dia seguinte ou no seguinte do seguinte (adoro comprar livros, o que deixa minha mulher maluca).

Mas por que estou narrando esse ritual de consumo on-line? Em primeiro lugar, para dizer que (e aí não vai nenhuma novidade) os blogs são, cada vez mais, uma excelente "ferramenta de marketing boca a boca", porque, em vez de anúncios ou propagandas, trazem, em muitos casos, opiniões ou críticas sobre produtos e serviços que podem despertar a nossa curiosidade e interesse.

No caso do blog que me levou até o livro que acabei comprando, era a opinião de uma pessoa que escrevia muito bem, que tinha um blog muito interessante e que demonstrava "conhecimento de causa" sobre os assuntos postados. Daí a confiar nas suas opiniões e dicas de leitura foi um pulo. De certa forma, o livro estava sendo "avalizado" por aquele "formador de opinião virtual" recém-descoberto.

Em segundo lugar, porque o livro, organizado na forma de "crônicas" inspiradas na longa experiência do autor nas áreas de marketing e comunicação de grandes empresas, além de desencadear reflexões necessárias para quem não deseja ser mais um "profissional alienado e repetidor de fórmulas prontas" (tipo: público interno tem de ser o primeiro a saber de tudo, sempre...), traz uma veemente "defesa" da "alma da comunicação" (conteúdo, significado da mensagem), que deve complementar a "dimensão" do "corpo" (forma), até para lhe dar sentido.

Vale a pena transcrever um trecho do livro que trata desta necessária complementaridade entre "corpo e alma na comunicação organizacional":

"(...) As peças e os veículos de comunicação interna precisam ser altamente atrativos para captar os olhares. Mas os profissionais da área não podem perder a perspectiva de que beleza sem alma não tem significado, não tem relevância, não mobiliza.

Uma comunicação efetiva precisa ir além dos olhos e chegar ao coração dos funcionários. Precisa adentrar esse território, que é onde a mudança se processa. É esse o espaço da transformação de quadros da empresa em colaboradores apaixonados, que vibram com o seu trabalho e geram resultados. As pessoas só se mobilizarão e se engajarão verdadeiramente se a relação com a empresa foi alicerçada em valores, em respeito, em credibilidade, se elas tiverem clareza de que a atividade que desenvolvem faz sentido na vida delas.

É no âmbito dessa essencialidade que a comunicação interna deve trabalhar.

O propósito da comunicação interna não é vender conceitos ou produtos aos funcionários. Sua missão é fortalecer o espírito de equipe, colaborar para construir o senso de pertencimento e a sensação de orgulho - aspectos que estão no DNA da motivação de dar o melhor de si.

Se a comunicação cumprir esse intento, as organizações estarão muito mais propensas a contar com um clima positivo, de aprendizagem contínua no qual a famosa trilogia "visão, missão e valores" não estará apenas nas placas de metas ou nos totens da sala de espera.

Por essa perspectiva, a comunicação terá papel relevante para que as empresas desempenhem sua função na sociedade, gerando riqueza e pessoas tão satisfeitas quanto reconhecidas por seus trabalhos. Afinal, o mundo atual exige mais das organizações do que simplesmente fazer negócios."

(Trecho do livro "Obrigado, Van Gogh!", de Carlos Parente, Editora Peirópolis)


2 comentários:

Unknown disse...

Olá, sou uma profissional de comunicação, que saiu do mundo corporativo para atuar em agência.
Li o livro "Obrigado, Van Gogh" no final do ano passado, e posso dizer que apesar de estar do outro lado da relação, me vi em várias situações tratadas no livro.
E tenho certeza que ele vai me ajudar a entender melhor os meus clientes.
Enfim, recomendo o livro para qualquer profissional ligado a comunicação.

Leonardo Pessanha disse...

Olá, Andrea, também gostei muito do conteúdo do livro, das lições que ele nos passa, e também da maneira como ele é escrito, bem em cima do que se vive no dia-a-dia das empresas. O Carlos Parente tem uma experiência bastante rica e mostra que possui um profundo senso de observação e análise das situações. Acabei de postar uma entrevista com ele para a minha "série" sobre fofocas dentro das empresas.
Um abraço,
Leonardo