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sexta-feira, 18 de julho de 2008

Relação entre profissionais de saúde e jornalistas

Vou reproduzir abaixo uma matéria publicada no site da Universidade São Marcos sobre a relação nem sempre fácil e fluente entre imprensa, assessores de imprensa e profissionais da área de saúde. Já trabalhei - e trabalho - com vários clientes desta área, e acho que poderia escrever até um manual sobre o que não se deve fazer para que a relação entre essas partes não azede ou fique aquém das expectativas.
Em resumo: jornalistas deveriam saber que os médicos nem sempre podem atendê-los naquele exato momento em que eles precisam das informações para as suas matérias. Médicos e profissionais de saúde em geral costumam ter uma agenda muito cheia, atendem clientes, recebem às vezes casos graves, realizam cirurgias etc. Cabe à assessoria de imprensa compatibilizar as agendas dos dois, dentro dos prazos dos jornalistas, ou acionar logo um plano B.
Por sua vez, médicos, nutricionistas, psicólogos e por aí vai não sabem como funciona o processo de produção das matérias (notas, notícias e reportagens). Desconhecem que os jornalistas correm contra o relógio porque existe o maldito horário de fechamento. Outro problema comum é despejar nos repórteres todos aqueles jargões e palavrões próprios do universo da medicina, dificultando a compreensão das mensagens e comprometendo a qualidade do texto final para o público final: quem lê ou assiste as matérias.
Enfim, como está dito no texto abaixo, médicos deveriam fazer medias trainings, inclusive para saber o que podem realmente esperar de uma boa assessoria de imprensa. O fato de se ter uma assessoria competente não significa estar na mídia nos espaços e momentos desejados. Por isso que no media training é reforçada a explicação sobre o que são notícia, reuniões de pauta, estrutura das redações, deadline (fechamentos), linguagem jornalística, papel da assessoria etc.

Vamos ao texto:


Luis Fernando Correia aborda os desafios entre comunicação e saúde

Luis Fernando é médico ecomentarista da Rádio CBNNão entender a declaração de um médico durante uma coletiva na tv ou ler uma notícia de saúde no jornal e ficar em dúvida são casos comuns. São muitos os problemas que envolvem os profissionais de saúde e comunicação quando o assunto é levar informações técnicas para a população. É sobre este assunto que o dr. Luis Fernando Correia, médico e comentarista do programa Saúde em Foco da Rádio CBN, veio debater com os alunos da São Marcos. A aula magna Os desafios em comunicação e saúde foi proferida no último dia 12, no auditório da Unidade Santa Paulina.
Tratar assuntos de saúde de forma clara e acessível é um desafio tanto para os médicos como para os jornalistas. Segundo Correia, a comunicação de saúde deve visar a educação das pessoas, procurar elevar o nível de saúde e causar mudanças na sociedade, conscientizando e educando. “Com essa parceria, o grande beneficiado será o público”, afirma.
O que há na mídia
Nos veículos impressos ainda podem ser encontradas editorias de saúde, com matérias baseadas em pesquisas. Já na tv, há programas dedicados à saúde também, mas mais voltados para a abordagem do comportamento das pessoas.
Na Internet, existem sites específicos de saúde e ciência. Mas, como saber se aquelas informações disponíveis são realmente confiáveis, já que há todo tipo de dados circulando? Correia alerta que a rede pode ser um monstro ou uma ferramenta, basta saber utilizá-la. “As pessoas vão replicando e-mails sem saber se aquilo é verdadeiro ou não. A Internet tem esse poder: uma pessoa que não existe fala uma mentira e todos acreditam. Há muito material que não é assinado”.
Segundo o palestrante, as melhores fontes para se obter informações relacionadas a saúde são revistas científicas, sites de notícias, cobertura de congressos, eventos e campanhas e material de divulgação de empresas.
O que deve ser feito
Correia diz que em ambas as áreas devem ser tomadas atitudes na hora de transmitir as informações ao público. Há despreparo dos dois lados e, no fim, é como se falassem dois idiomas diferentes: o português e o “cientifiquês”. “Os profissionais de saúde devem fazer um media training para saber lidar com a mídia. Além disso, é necessário criar estruturas de relação com a imprensa nas instituições acadêmicas e conhecer e entender o processo de produção da informação na imprensa. Já os jornalistas e seus veículos devem manter espaço para questões de saúde, fazer especializações relacionadas à área, e se certificar com relação aos conteúdos”, diz.
Saiba mais
Correia mostrou uma pesquisa que analisou os focos de abordagem na imprensa brasileira. Veja os assuntos mais comuns nas matérias de saúde:
41% novos tratamentos e pesquisas
12% saúde infantil
8% saúde feminina
7% prevenção
1% saúde masculina
Periódicos científicos: há 6509 publicações diferentes em todo o mundo.

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