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sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Comunicação empresarial e design

Fonte: Gazeta do Povo
A embalagem também faz propaganda
Na falta de uma boa campanha, produto pode chamar a atenção por si só. O custo para se investir na apresentação é baixo, e o benefício é grande.

Dos cerca de 50 mil produtos expostos em um supermercado de grande porte, apenas 20% têm algum tipo de divulgação em mídia – e há quem diga que eles não passam de 10%. Isso significa, em outras palavras, que a imensa maioria das mercadorias conta apenas com elas mesmas para chamar a atenção do consumidor e motivar o salto da prateleira para o carrinho de compras. E, quanto mais as indústrias se dão conta disso, mais belas, práticas e funcionais ficam as embalagens.

“Está cada vez mais difícil atingir o consumidor, que é bombardeado por todos os lados com publicidade. Por isso, a embalagem tem um papel importante de mídia – ela atinge realmente quem está interessado no produto”, diz o professor e coordenador do núcleo de embalagens da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Fábio Mestriner, que também faz parte do comitê de estudos estratégicos da Associação Brasileira de Embalagens (Abre).

“Além de proteger o produto, ela é uma vitrine, um anúncio que não custa nada a mais”, completa o sócio do estúdio Brainbox Design Estratégico, Zé Henrique Rodrigues. “O custo para se fazer uma embalagem ruim e uma boa é praticamente o mesmo. Então, não há porque não investir em algo que realmente vai agregar valor. Pode ser simples, mas de impacto.”

E, segundo o designer, isso vale para todas as classes sociais. “Do milionário ao mais humilde, as pessoas querem coisas bem feitas, bem acabadas.”

Avaliação
De acordo com o professor da ESPM, as pesquisas mostram que o consumidor não separa a embalagem do conteúdo – ou seja, a forma como ele está embalado é uma referência importante na avaliação que ele faz do produto. “É a credibilidade que a embalagem passa que vai ganhar o consumidor”, diz a diretora da YUP Brasil, Vanessa Mezzadri. Para Rodrigues, o design é o “divisor de águas”: é a partir dele que o consumidor vai decidir se quer, pelo menos, conhecer o produto. “A pessoa precisa ver o produto na prateleira e achar que vale a pena chegar mais perto, pegar na mão. Feito isso, metade do caminho está andado.”

Diferencial
A qualidade da embalagem foi uma das questões fundamentais no reposicionamento das marcas de papel higiênico Duetto e Paloma, da empresa paranaense Sepac. “O produto ganhou mais qualidade e precisávamos comunicar isso ao consumidor”, conta a gerente administrativa, Tatiana Sescato. “Nosso produto não permite muitas inovações. É, de certa forma, uma commoditiy. Por isso a embalagem faz muita diferença na hora de vender.”

Tatiana diz que as vendas da marca Paloma, por exemplo, já cresceram mais de 30% depois do reposicionamento. Uma das mudanças foi na forma de acomodar os rolos nas embalagens de 8 unidades – agora em formato de cubo. “Percebemos que assim, a embalagem tem mais visibilidade no ponto-de-venda e para o consumidor é mais prático”, diz a gerente. “Além disso, podemos explorar melhor a comunicação.”
(matéria publicada no Jornal Gazeta do Povo)

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